Como sabemos o plano espiritual desvenda na terra o que seriam mistérios, sobre os mais diversos assuntos, pouco a pouco de acordo com o amadurecimento de seus habitantes. Assim sendo lembro-me de um assunto que tanto está presente em todas as camadas sociais e culturais de nosso planeta. Com um pequeno texto espero remontar um pouco de nossa história, no que se trata dos portadores de necessidades especiais. Assunto este que, principalmente para o espírita, deve ser estudado e respeitado, por saber que nossos obstáculos presentes são consequências de nossos erros passados, assim como nossas alegrias são a colheita de nossos acertos. O portador de necessidades especiais no inicio de nossa história era diferente de todos, um verdadeiro mistério. Muitos, se não todos, eram condenados a morte. “Descuido de Deus” como se não fosse a consequência de vidas passadas, uma forma de evoluirmos espiritualmente através de barreiras visíveis na sociedade. Alem do mais Deus lá se descuida O que era mistério mais tarde o espiritismo vem desvendar explicando tantas incompreensões. Logo, com a chegada do Cristianismo o nosso portador de necessidades especiais passa a ser visto de outra forma. Seus comportamentos são considerados como que possuídos pelo demônio, um castigo. Nesse momento de nossa historia as pessoas doentes ou com anomalias eram abandonadas pela sociedade. Anos mais tarde a humanidade progride um pouco e os nossos irmãos são recebidos em instituições religiosas e vistos como incapazes e doentes. No século XVI eram tratados com o esoterismo da época. Quando chegamos ao século XVII a medicina avança e os portadores de necessidade especiais ficam em asilos, hospitais psiquiátricos e conventos. No século XVII é explicado que toda a anomalia é conseqüência de mau funcionamento do organismo. Logo após surgem as clinicas para dar uma educação especial. Aqui no Brasil até a fase da ditadura eram chamados de excepcionais. Nas décadas de 60 e 70 os mais avançados eram matriculados em escolas de ensino regular, em classes especiais. Em 1988 com nossa Constituição Federal passam a ser reconhecidos como pessoas com deficiências, grande progresso, pois o termo pessoas está inserido em cidadania. A convenção da Guatemala em 2001 define como discriminação toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência nos mais diversos graus.
Como vimos o mistério das anomalias, pessoas diferentes, excepcionais, deficiências inexplicáveis em séculos passados foi com o decorrer da evolução de nossa humanidade explicado com a chegada do espiritismo. Encontra-se no simples fato de que muitos pedem para vir assim, se não pedem necessitam muito vir assim. Como forma de articular suas inteligências, que estão na essência de seus espíritos e transcender seus obstáculos terrenos. Só assim chegarão ao plano espiritual depois dessa jornada aqui, mais amadurecidos e com a certeza do dever cumprido. Somo irmãos em Deus, nada nos difere a não ser a capacidade de buscar na luta da vida uma evolução moral maior.
Diferente? Todos nós vivenciamos ou vivenciaremos em nós ou em alguém próximo a situação de portadores de necessidades especiais em alguma encarnação. Este simples fato, por si só, apaga qualquer diferença.