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Se... Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria acesso ao sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora... Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável: Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída." Mahatma Gandhi

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Conhecimento de Si Mesmo








Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?



"Um sábio da antigüidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo."



a) - Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?



"Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: "Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?"



"Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.



"O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. Mas, direis, como há de alguém julgar-se a si mesmo? Não está aí a ilusão do amor-próprio para atenuar as faltas e torná-las desculpáveis? O avarento se considera apenas econômico e previdente; o orgulhosos julga que em si só há dignidade. Isto é muito real, mas tendes um meio de verificação que não pode iludir-vos. Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na poderia ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça. Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto esses nenhum interesse têm. em mascarar a verdade e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo. Perscrute, conseguintemente, a sua consciência aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas; dê balanço no seu dia moral para, a exemplo do comerciante, avaliar suas perdas e seus lucros e eu vos asseguro que a conta destes será mais avultada que a daquelas. Se puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar na outra vida.



"Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na velhice? Não constitui esse repouso o objeto de todos os vossos desejos, o fim que vos faz suportar fadigas e privações temporárias? Pois bem! Que é esse descanso de alguns dias, turbado sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação com o que espera o homem de bem? Não valerá este outro a pena de alguns esforços? Sei haver muitos que dizem ser positivo o presente e incerto o futuro. Ora, esta exatamente a idéia que estamos encarregados de eliminar do vosso íntimo, visto desejarmos fazer que compreendais esse futuro, de modo a não restar nenhuma dúvida em vossa alma. Por isso foi que primeiro chamamos a vossa atenção por meio de fenômenos capazes de ferir-vos os sentidos e que agora vos damos instruções, que cada um de vós se acha encarregado de espalhar. Com este objetivo é que ditamos O Livro dos Espíritos." SANTO AGOSTINHO.



Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas. Se, efetivamente, seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogássemos mais amiúde a nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos. A forma interrogativa tem alguma coisa de mais preciso do que qualquer máxima, que muitas vezes deixamos de aplicar a nós mesmos. Aquela exige respostas categóricas, por um sim ou não, que não abrem lugar para qualquer alternativa e que são outros tantos argumentos pessoais. E, pela soma que derem as respostas, poderemos computar a soma de bem ou de mal que existe em nós.
Autor: Allan Kardec


domingo, 26 de junho de 2011

Um dos mais belos trajes da alma





O médico conversa descontraído com o enfermeiro e o motorista da ambulância, quando uma senhora elegante chega, e de forma ríspida, pergunta: Vocês sabem onde está o médico do hospital?
Com tranquilidade, o médico responde: Boa tarde, senhora! Em que posso ser útil?
Impaciente, a mulherindaga: Será que o senhor é surdo? Não ouviu que estou procurando pelo médico?
Mantendo-se calmo, contesta ele: Senhora, o médico sou eu. Em que posso ajudá-la?
Como?! O senhor?!?! Com esta roupa?
Ah, senhora! Desculpe-me! Pensei que a senhora estivesse procurando um médico e não uma vestimenta...
Oh! Desculpe, doutor! Boa tarde! É que...vestido assim, o senhor nem parece um médico...
Veja bem as coisas como são...- diz o médico -... As vestes parecem não dizer muitas coisas mesmo... Quando a vi chegando, tão bem vestida, tão elegante, pensei que a senhora fosse sorrir educadamente para todos, e depois daria um simpaticíssimo "Boa tarde!"
Como se vê, as roupas nem sempre dizem muito...
* * *
Um dos mais belos trajes da alma é, certamente, a educação.
Educação que, no exemplo em questão, significa cordialidade, polidez, trato adequado para com as pessoas.
São tantos ainda no mundo que não têm tato algum no tratamento para com os outros!
Sofrem e fazem os outros sofrerem com isso.
Parece que vivem sempre à beira de um ataque de nervos, centrados apenas em si, em suas necessidades urgentes e mais nada.
O mundo gira ao seu redor e para lhes servir. Os outros parecem viver num mundo à parte, menos importante que o seu.
Esses tais modos vêm da infância, claro, em primeiro lugar. Dos exemplos recebidos da família em anos e anos de convivência.
Mas também precisam vir da compreensão do ser humano, entendendo todos como seus irmãos.
Não há escolhidos na face da Terra. Não há aqueles que são mais ou menos importantes. Fomos nós, em nossa pequenez de Espíritos imperfeitos, que criamos essas hierarquias absurdas, onde se chega ao cúmulo de julgar alguém pelas roupas que veste.
Quem planta sorrisos e gentileza recebe alegria e gratidão, e vê muitas portas da vida se abrindo naturalmente, através da força estupenda da bondade.
O bem é muito mais forte que o mal.
O bem responde com muito mais rapidez e segurança às tantas e tantas questões que a existência nos apresenta, na forma de desafios.
Ser gentil, ser cordial é receber a vida e as pessoas de braços abertos, sem medo de agir no bem.
Ser bem educado é contribuir com a semeadura do amor na face da Terra, substituindo, gradualmente, tantas ervas daninhas que ainda existem nesses campos, por flores e mais flores de felicidade.
Ser fraterno, em todas as ocasiões, é vestir-se com este que é um dos mais belos trajes da alma: a educação.

Redação do Momento Espírita, com base em conto de autoria desconhecida

domingo, 19 de junho de 2011

Espiritualidade e Consciência



Espiritualidade é um estado de consciência; não é doutrina, não!
É o que se leva dentro do coração.
É o discernimento em ação!
É o amor em profusão.
É a luz nas idéias e equilíbrio na senda.
É o valor consciencial da alegria na jornada.
É a valorização da vida e de todos os aprendizados.
É mais do que só viver; é sentir a vida que pulsa em todas as coisas.
É respeitar a si mesmo, para respeitar o próximo e a natureza. É ter a plena noção de que nada acaba na morte do corpo, pois a consciência segue além, algures, na eternidade... É saber disso - com certeza -, e não apenas crer nisso. É viver isso - com clareza -, sem fraquejar na senda. É ser um presente, para si mesmo, para os outros e para a própria vida.
Espiritualidade é brilho nos olhos e luz nas mãos. E isso não depende dessa ou daquela doutrina; depende apenas do próprio despertar espiritual; depende do discernimento consciencial se unir aos sentimentos legais, no equilíbrio das próprias energias, nos atos da vida.
Ah, espiritualidade é qualidade perene; não se perde nem se ganha; apenas é!
É valor interno, que descerra o olhar para o infinito... Para além dos sentidos convencionais. É janela espiritual que se abre, dentro de si mesmo, para ver a luz que está em tudo! Espiritualidade é essa maravilha: o encontro consigo mesmo, em paz.
Espiritualidade é ser feliz, mesmo que ninguém entenda por quê.
É quando você se alegra, só pelo fato de estar vivo! É quando o seu chacra do coração se abre igual a uma rosa, e você se sente possuído por um amor que não é condicionado a coisa alguma, mas que ama tudo.
É quando você nem sabe explicar porque ama; só sabe que ama.
Espiritualidade não depende de estar na Terra ou no Espaço; de estar solteiro ou casado; de pertencer a esse ou aquele lugar; ou de crer nisso ou naquilo. É valor de consciência, alcançado por esforço próprio e faz o viver se tornar sadio. Espiritualidade é apenas isso: SER FELIZ! Ou, como ensinavam os sábios celtas de outrora: SER UM PRESENTE!
Paz e Luz.
Texto: Wagner Borges

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A Chave da Felicidade



A felicidade é um tesouro
Trancado dentro de um cofre
Cuja chave se procura
Em todos os cantos se vasculha
Numa busca incessante
Por muitos e muitos anos
Às vezes, a vida inteira
E não se consegue encontrar.
O motivo do insucesso
É que a busca é sempre feita
Em meio à riqueza e ao poder
Entre a fama e o prazer
Ou entre o luxo e o dinheiro,
O que ao final sempre gera
A decepção, o vazio...
Pois a chave, na verdade,
Está noutra direção:
Está em meio ao amor
À renúncia, ao perdão
À doação, à humildade
À paz, à simplicidade
À arte de compartilhar
De servir e de ajudar
De louvar e agradecer
De relevar e esquecer
O mal que nos atingiu.
Nisso consiste o segredo
De encontrar na realidade
A chave de um grande tesouro
Chamado felicidade!

terça-feira, 14 de junho de 2011

O LAÇO E O ABRAÇO





Meu Deus! Como é engraçado!
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em
qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando...
devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita,
sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.
(Mário Quintana

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Uma Caixa Do Tempo



Queria ter uma caixa do tempo
onde todos os momentos foram eternos
e não éteres.

Queria que os momentos mágicos
não se fossem jamais.
Será que a magia sempre tem um final?

Quero entender porque será
que na vida nada permanece igual.
Porque te vais? Porque me vou?
Será que algum dia voltarei a te encontrar?

Queria encontrar o remédio perfeito
para não sentir saudade,
saber que a vida te dá momentos
inesquecíveis para guardar.

Queria que esses momentos
não se fossem jamais
ou poder voltar no tempo
para voltar a começar.

Quero entender porque será
que na vida nada permanece igual...
Dulce María (RBD)

sábado, 11 de junho de 2011

Lição inesquecível



Na atualidade, é bastante comum os casais se queixarem um do outro. A esposa critica o marido por suas manias, por lhe cercear a liberdade e por outras tantas coisas.
O marido reclama dos gastos da esposa, do tempo que demora para se arrumar toda vez que decidem sair, e daí por diante.
É natural que numa roda de amigas, quando o assunto é marido se comentem os defeitos deles e como elas poderiam ser mais felizes sem eles.
Assim foi numa tarde, na academia, onde uma senhora, que aparentava um pouco mais de quarenta anos, se encontrava. Alguém comentou que invejava a sua felicidade.
Ela era uma mulher que transpirava alegria. Dedicava-se a obras de caridade, estudava música. Mas, em tudo que fazia, havia uma tonalidade de alegria contagiante.
Qual era o segredo, afinal? – Perguntou uma das amigas.
Devo tudo ao meu marido. - Respondeu rápido.
Como assim? Tornou a perguntar a outra. Ele acompanha você a todo lugar, incentiva você, o que ele faz?
E uma pontinha de inveja adornava as perguntas agora.
Como podia aquela mulher ser tão feliz com seu marido?
Mas a outra tornou a responder: Bem, meu marido morreu.
Na roda de amigas, houve um grande silêncio e, pela mente de todas elas, passou a ideia: Claro que ela é feliz. Ele devia ser um carrasco. Ele morreu e ela se libertou.
No entanto, continuando a explicar, a viúva disse:
Enquanto vivemos juntos e foi pouco mais de vinte anos, esse homem me ensinou a amar.
Quando nos casamos, eu era uma jovem tola, cheia de sonhos, vivendo a irrealidade. Ele era um homem prático, mas extremamente sensível.
Amante da poesia, ensinou-me a amar os versos, a descobrir a beleza nas rimas.
Nas horas de folga, tornava-se jardineiro. Ensinou-me a amar a terra, as flores, a semear e esperar o crescimento e a floração.
Gostava de boa música. Com ele aprendi a ir ao teatro para assistir a concertos de música clássica e shows de música popular. Ele me instruiu nos primeiros caminhos dessa bela arte.
Esse homem me ensinou a amar a vida e nela descobrir valores. Deu-me a conhecer o verdadeiro valor de uma amizade, a não desprezar nenhuma manifestação de carinho, por menor que pudesse ser.
Ensinou-me a amar a natureza, bendizendo o sol e a chuva, em suas alternâncias. A não reclamar do frio, nem do calor excessivo. Ele me ensinou a ver em tudo a Providência de Deus a nos abençoar.
Por isso, quando ele se foi, quando pensei entregar-me à tristeza, recordei-me dos anos vividos e das lições repassadas.
Em memória dele, não posso deixar de ser feliz e transmitir felicidade a todos.
* * *
A vida é o hálito do Pai Criador em Sua soberana manifestação de amor.
Examinemos nossa vida e das experiências de todos os dias retiremos o melhor proveito.
Nossa vida se constitui de bênçãos e sofrimentos.
Exatamente como no jardim existem duas formas de encontrar as rosas: pelo aroma ou pelos espinhos, nossa vida depende da forma que encaramos o que nos rodeia, o que nos chega, o que nos acontece.

Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais extraídos do livro Repositório de sabedoria, v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Livre Arbítrio

Conhecereis a Verdade e a Verdade vos tornará livre.

O livre arbítrio é a faculdade que permite ao homem edificar, conscientemente, o seu próprio destino, possibilitando-lhe a escolha, na sua trajetória ascensional, do caminho que desejar.
Limitado a princípio, vai-se expandindo à medida que o homem cresce em espiritualidade .
Quanto mais evoluído o ser, mais amplo o seu livre arbítrio, maior o seu direito de fazer certas escolhas, no campo da vida, assumindo assim, apouco e pouco, o comando definitivo de sua ascensão .
Livre arbítrio e responsabilidade individual desenvolvem-se, simultâneamente, no aprendizado humano.
O homem de evolução primária tem o livre arbítrio limitado, restrito .
Equivale ao sentenciado que a lei pune, sem transigências, submetendo-o à reclusão onde melhor convenha aos interesses da lei e da sociedade.
A sociedade e a lei não confiam nele .
O homem de evolução mediana tem sua esfera deliberativa menos restrita.
Corresponde ao recluso que, submetido à disciplina dos códigos, recebe dos códigos certas concessões, geralmente atribuídas aos que, no cumprimento de suas penas, demonstram boa vontade e obediência, respeito e compreensão.
O homem evolvido é o ex-sentenciado, o que já se libertou e corrigiu .
Provas e expiações, disciplinações e corretivos foram-lhe o caminho para a libertação definitiva.
Nada mais deve à lei e colabora, na sociedade, para que se restaurem a justiça e a fraternidade, a harmonia e o progresso.
E' livre para agir, porque discerne o bem do mal, a verdade da mentira, a luz da sombra.
Conhecendo a Verdade, a Verdade o fêz livre.
De sua atuação resultam o trabalho e a prosperidade, o fortalecimento e a segurança das peças que constituem, que formam o maquinismo das coletividades .
Um dia, no curso dos milênios, o nosso livre arbítrio se harmonizará plenamente com a Verdade Total, com as deliberações superiores .
Nesse dia saberemos executar, com fidelidade, o pensamento do Cristo, Mestre e Senhor Nosso.

* * *

Nesse dia, do qual ainda distamos muito, diremos com o apóstolo da gentilidade: "Não sou eu quem vive, mas o Cristo que vive em mim."
Tal se dará quando tivermos superado as imperfeições.
Quando nos integrarmos, em definitivo, pelo coração e pela inteligência, nos preceitos morais e fraternistas do Evangelho.
Sem aquisições elevadas, com base nos ensinos do Celeste Enviado, a liberdade nos leva a quedas e fracassos, que redundam, geralmente, em clamorosos débitos e amargas expiações.
Abusando da força - esmagamos os fracos .
Exorbitando do poder, através da liberdade mal dirigida - oprimimos os humildes.
Utilizando mal a inteligência - confundimos os menos esclarecidos.
Se o livre arbítrio é faculdade que se origina, em princípio, de aquisições intelectivas, o coração bem formado contribuirá, sem dúvida, para que seja ele exercido segundo os padrões da moral e da fraternidade, garantindo, no Grande Porvir, o triunfo do Espírito Imortal.
O livre arbítrio do homem não evoluído é como um espelho que o lodo das imperfeições desnatura, por algum tempo.
O livre arbítrio do homem de evolução mediana é como uma madrugada que espera o beijo do Sol.
O livre arbítrio do homem evolvido - do que se libertou da ignorância - é como a face tranquila de um lago, onde se refletem, no esplendor de sua radiosidade, os luminosos raios do astro-rei.


Martins Peralva

extraído do livro Estudando o Evangelho - À Luz do Espiritismo - 2º ed. FEB

VALIOSA LIÇÃO



A discrição é uma característica do médium consciente visto que tal atitude neutraliza as pressões da curiosidade improdutiva ou mesmo as falsas expectativas.
Nessa aspecto Chico Xavier também funciona como exemplo, já que ao longo de toda a sua jornada no campo da mediunidade, soube recolher apenas em sua memória fatos que somente no devido tempo veio à público.
A passagem que reproduziremos a seguir, pela beleza que se reveste, confirma isso, servindo-nos de lição:
"Tinha eu dezessete anos, em 1927, quando na noite de 8 de julho do referido ano, em uma reunião de preces, escutei, através de uma senhora presente, D. Carmem Penna Perácio, já falecida, a recomendação de um Amigo Espiritual, aconselhando-me a tomar papel e lápis, a fim de escrever mediunicamente. Eu não possuía conhecimento algum do assunto em que estava entrando, mesmo porque ali compareceia acompanhada de uma irmã doente que recorria aos passes curativos daquele círculo íntimo, formado por pessoas dignas e humildes, todas elas de meu conhecimento pessoal. Do ponto de vista espiritual, apesar de muito jovem, era fervoroso católico que se confessava e recebia a Sagrada Comunhão desde 1917, aos dez janeiros de idade. Ignorando se me achava transgredindo algum preceito da Igreja, que eu considerava minha mãe espiritual, tomei o lápis que um amigo me estendera com algumas folhas de papel em branco e meu braço, qual se estivesse desligado do meu corpo, passou a escrever, sob os meus olhos cerrados, certa mensagem que nos exortava a trabalhar, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. A mensagem era constiuída de dezessete páginas e veio assinada por um mensageiro que se declarava "Um Amigo Espiritual", o qual somente conheceria depois. Nenhuma das pessoas presentes se interessou em conservar o comunicado, inclusive eu mesmo, pois nehum de nós, os companheiros que formavam o círculo de orações, poderia prever que a tarefa de escrever mediunicamente se desdobraria para mim, através de vários decênios. No dia seguinte,após a missa da manhã, procurei o Padre Sebastião Scarzelli, que era meu confessor e protetor, e contei-lhe o sucedido, pedindo-lhe me aconselhasse quanto ao que me caberia fazer. Ele era um padre moço, creio que de origem italiana. O querido Sacerdote, que muitas vezes fora o meu apoio nas dificuldades psicológicas e mediúnicas, que eu periodicamente atravessava, me falou com bondade que ele mesmo nunca lera livros espíritas, mas, se eu me sentia bem no círculo de preces a que comparecera, seria justo buscar a paz que me faltava, já que o nome de Jesus presidia aquele grupo de pessoas honestas e ainda me afirmou que eu poderia frequentá-lo, mas lembrando a minha devoção a Nossa Senhora, pois ele acreditava que a nossa Mãe Santíssima intercederia em meu benefício em qualquer circunstância. Depois desse entendimento, não vi mais o Padre Scarzelli, que fora removido para a cidade de Joinville, no Estado de Santa Catarina, onde faleceu, há poucos anos, na condição de Monsenhor e onde se pode ver a obra imensa de benemerência que realizou em favor da comunidade. Sem a presença daquele apóstolo do Bem, dediquei-me ao grupo espírita, com a mesma fé com a qual comparecia às atividades católicas. Tudo seguia em ordem, quando na noite de 10 de julho referido, dois dias depois de haver recebido a primeira mensagem, quando eu fazia as orações da noite, vi o meu quarto pobre se iluminar de repente. As paredes refletiam luz de um prateado lilás. Eu estava de joelhos, conforme os hábitos católicos, e descerrei os olhos, tentando ver o que se passava. Vi, então, perto de mim uma senhora de admirável presença, que irradiava a luz que se espraiava pelo quarto. Tentei levantar-lhe para demonstrar-lhe respeito e cortesia, mas não consegui permanecer de pé e dobrei, involuntariamente, os joelhos diante dela. A dama iluminada fitou a imagem de Nossa Senhora do Pilar que eu mantinha em meu quarto e, em seguida, falou em castelhano que eu compreendi, embora sabendo que eu ignorava o idioma, em que ela facilmente se expressava:
-"Francisco - disse-me pausadamente - em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, venho solicitar o seu auxílio em favor dos pobres, nossos irmãos."
E emoção me possuía a alma toda, mas pude perguntar-lhe, embora as lágrimas que me cobriam o rosto:
-Senhora, quem sois vós?
Ela me respondeu:
-"Você não se lembra agora de mim, no entanto eu sou Isabel, Isabel de Aragão."
Eu não conhecia senhora alguma que tivesse esse nome e estranhei o que ela me dizia, entretanto uma força interior me continha e calei qualquer comentário, em torno de minha ignorância. Mas o diálogo estava iniciando e indaguei:
-Senhora, sou pobre e nada tenho para dar. Que auxílio poderei prestar aos mais pobres do que eu mesmo?
Ela disse:
-"Você nos auxiliará a repartir pães com os necessitados."
Clamei com pesar:
-Senhora, quase sempre não tenho pão para mim. Como poderei repartir pães com os outros?..."
A dama sorriu e me esclareceu:
-"Chegará o tempo em que você disporá de recursos. Você vai escrever para as nossas gentes peninsulares e, trabalhando por Jesus, não poderá receber vantagem material alguma pelas páginas que você produzir, mas vamos providenciar para que os Mensageiros do Bem lhe tragam recursos para iniciar a tarefa. Confiemos na bondade do Senhor."
Em seguida a estas palavras que anotei em 1927, a dama se afastou deixando o meu quarto em pleno escuro. Chorei sob emoção para mim inexplicável até o amanhecer do dia imediato. Não tinha mais o Padre Scarzelli para consultar e notei que os meus novos companheiros não poderiam me auxiliar, porque eu não sabia o que vinha a ser a expressão "gentes peninsulares" ouvida por mim; quanto a estas duas palavras, nenhum deles conseguiu fornecer qualquer explicação. Sentindo-me a sós com a lembrança da inesquecível visão, passei a orar, todas as noites, pedindo a Nossa Senhora para que alguém me socorresse com as informações que eu julgava precisas. Duas semanas após a ocorrência, estando eu nas preces da noite, apareceu um senhor vestido em roupa branca que, por intuição, notei tratar-se de um sacerdote. Saudei-o com muito respeito e ele me respondeu com bondade, explicando-se:
-"Irmão Francisco, fui no século XIV um dos confessores da Rainha Santa, D. Isabel de Aragão, que se fez esposa do Rei de Portugal, D. Dinis. Ela desenvolveu elevadas iniciativas de beneficência e instrução nos dois ramos que formam a Península, conhecida na Europa, e voltou ao Mundo Espiritual em 4 julho de 1336. Desde então, ela protege todas as obras de caridade e educação na Espanha e Portugal. Foi ela que o visitou, há alguns dias, nas preces da noite, e prometeu-lhe assistência. Ela me recomenda dizer-lhe que não lhe faltará recursos para a distribuição de pães com os necessitados. Meu nome em 1336 era Fernão Mendes. Confiemos em Jesus e trabalhemos na sementeira do Bem." Eu não tive garganta livre para falar. O padre se retirou e, sentindo a premência do que desejava a nobre senhora, que eu não sabia ter sido, na Terra, tão amada e tão ilustre Rainha. No primeiro sábado que se seguiu às ocorrências que descrevo, fui com minha irmã Luíza (atualmente desencarnada) até uma ponte muito pobre, até hoje existente e reformada, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas, onde nasci, conduzindo um pequeno cesto com oito pães. Ali estavam refugiados alguns indigentes; parti os pães, a fim de que cada um tivesse um pedaço, e assim foi iniciado o nosso serviço de assistência que perdura até hoje. Em Pedro Leopoldo, com alguns companheiros, fiz a distribuição de pães, de 1927 à 1958. Em janeiro de 1959, mudei-me para esta cidade de Uberaba, aqui chegando no dia 5 de janeiro de 1959. Junto ao grupo de amigos que já nos esperava, promovemos a distribuição de pães numa vila da periferia uberabense. Essa distribuição semanal, aos sábados, permanece ativa até hoje. Moramos numa casa vizinha de três núcleos de favelados e a nossa distribuição de pães, atualmente, se eleva ao número de mil e quinhentos por semana, divididos entre os necessitados das três favelas a que me referi.

extraído do livro "O Evangelho de Chico Xavier", por Carlos A. Baccelli,1ª ed.,DIDIER


quinta-feira, 2 de junho de 2011

A Reencarnação dos Suicídas


Nair Bello – Chico, um filho excepcional é um carma, uma prova para os pais?
Chico Xavier – Nair, a criança excepcional sempre me impressionou pelo sofrimento de que ela é portadora , não somente em se tratando dela mesma, mas, também, dos pais e isso tem sido o tema de várias conversações minhas com nosso Emmanuel, que é o guia espiritual de nossas tarefas, e ele, então, diz que, regra geral, a criança excepcional é o suicida reencarnado, reencarnado depois de um suicídio recente, porque a pessoa quando pensa que se aniquila, está apenas estragando ou perdendo a roupa que a Providência Divina permite de que ela se sirva durante a existência, que é o corpo físico.
A verdade é que ela em si é um corpo espiritual; então, os remanescentes do suicídio acompanham a criatura que praticou a autodestruição para a vida do Mais Além.
Lá ela se demora algum tempo amparada por amigos que toda criatura tem, afeições por toda parte, mas volta à Terra com os remanescentes que ela levou daqui mesmo, após o suicídio.
Se uma pessoa espatifou o crânio e se o projétil atingiu o centro da fala, ela volta com a mudez. Se atingiu apenas o centro da visão, ela volta cega, mas se atingiu determinadas regiões mais complexas do cérebro, ela vem em plena idiotia e aí os centros fisiológicos não funcionam.
A Endocrinologia teria de fazer um capítulo especial para estudar uma criança surda, muda, cega, paralítica, porque aí a criatura feriu a vida no santuário da vida que é a parte mais delicada do cérebro.
Se ela suicidou-se, mergulhando-se em águas profundas, ela vem com a disposição para o enfisema, um enfisema infantil ou da mocidade, ou dos primeiros dias da vida.
Se ela, por exemplo, se enforcou, ela vem com a paraplegia, depois de uma simples queda que toda criança cai do colo da ama, do colo da mãezinha; então, quando o processo é de enforcamento, a vértebra que foi deslocada, no enforcamento, vem mais fraca e, numa simples queda, a criança é acometida pela paraplegia.
E nós vamos por aí.
Outras crianças que vêm completamente perturbadas; a esquizofrenia, por exemplo, diz-se que é o suicídio, depois do homicídio. O complexo de culpa adquire dimensões tamanhas que o quimismo do cérebro se modifica e vem a esquizofrenia como uma doença verificável, porque através dos líquidos expelidos pelo corpo é possível detectar os princípios da esquizofrenia.
Mas a esquizofrenia é o homicida que se fez suicida, porque o complexo de culpa é tão grande, o remorso é tão terrível que aquilo se reflete na própria vida física da criatura durante algum tempo ou muito tempo.
Fonte: Entrevista de Chico Xavier ao Programa de Hebe Camargo, com a participação de Nair Bello. TV Bandeirantes, 20 de dezembro de 1985.
Livro – Jesus em Nós. Pelo espírito Emmanuel / psicografia de Chico Xavier – editora Geem.


Quando o suicida acordou no Mais Além, trazendo a chaga em sangue que abrira em si mesmo, gritou espantado para os Céus. – Meu Deus, meu Deus, onde a morte em que entrei?
Uma voz, porém, lhe respondeu aos ouvidos da consciência profunda:
“Meu filho; sairás da morte, tantas vezes quantas forem necessárias, mas da vida, jamais”.
Espírito Emmanuel