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Se... Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria acesso ao sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora... Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável: Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída." Mahatma Gandhi

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Aprender e refazer

Muitos Espíritos se sentem injustiçados após o fenômeno da morte física.
Incontáveis gastam um tempo incomensurável em atitudes de revolta.
Contudo, todos acordam um dia.
Libertam-se dos pesadelos em que se debatiam e se arrependem.
Choram sentidas lágrimas e reconsideram sua situação.
Identificam amigos que lhes estendem os braços, após romperem as teias de incompreensão em que se prendiam.
Observam, porém, a sombra que ainda carregam no íntimo.
Identificam a luz de quem melhor soube viver no mundo e suspiram por merecer situação semelhante.
Sentem-se quais pássaros mutilados que sonham com altos voos pelo céu azul.
Reconhecem, finalmente, o valor da experiência física na qual lhes cabe refazer as próprias asas.
Retornam, então, aos antigos locais em que viveram e se iludiram.
No entanto, quase sempre tudo sofreu radical mudança.
Paisagens queridas se alteraram, facilidades sumiram e afetos abandonados evoluíram em outros rumos...
Personalidades do poder transitório, que abusaram do povo, assistem às privações das classes humildes.
Verificam o martírio silencioso de quem se levanta a cada dia, para a contemplação da própria miséria.
Avarentos que rolaram no ouro regressam às paredes amoedadas dos descendentes.
Aí acompanham os mendigos que lhes recorrem inutilmente à caridade.
Anotam quanto dói suplicar migalhas de pão a corações endurecidos no orgulho.
Escritores que se faziam especialistas da calúnia e do escândalo tornam à presença de seus próprios leitores.
Examinam os entorpecentes e corrosivos mentais que produziram, impunes.
Pais e mães displicentes ou desumanos voltam aos redutos domésticos de seus rebentos desorientados.
Observam, então, as raízes da crueldade ou da viciação por eles mesmos plantadas.
Malfeitores, que caíram na delinquência, socorrem as vítimas de outros criminosos.
Com isso, avaliam os processos de sofrimento com que supliciavam a carne de seus semelhantes.
Mas isso não basta.
Compreender o equívoco cometido é muito pouco.
Depois do aprendizado, é preciso retomar o campo de ação.
Urge renascer e ressarcir, progredir e aprimorar, solvendo débito por débito perante a Lei.
Ciente dessa realidade, convém prestar atenção no modo como vivemos.
A reencarnação é uma bendita oportunidade de purificação e conquista de paz.
Constitui uma preciosa bolsa de trabalho e estudo, com amplos recursos de pagamento.
Assim, qualquer que seja a provação que nos assinale o caminho, evitemos reclamar.
Ao contrário, amemos e trabalhemos com ternura e dedicação.
Soframos, se necessário.
Mas sempre agradeçamos a Deus.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 37, do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O perdão de Deus

Ele era um homem terno, com profundo respeito por todas as formas de vida.
Tinha a capacidade de recolher aranhas e besouros e soltá-los do lado de fora da casa.
Como profissionalmente viajava muito, se tornara um motorista extremamente cauteloso.
Mesmo nas férias da família, dirigia abaixo do limite de velocidade permitido.
Um dia, um garoto de bicicleta entrou de repente na frente do carro dele. Num segundo, a vida do jovem chegou ao fim.
Consciente de que não fora o causador do acidente, passou a ser atormentado por olhares acusadores. O rapaz era filho único e os seus pais não escondiam o pesar e a dor pela perda.
O homem alto, moreno, de dentes perfeitos, se tornou retraído. Luto e dor se misturavam em seus gestos.
Ele não tivera culpa, mas não conseguia se perdoar. E Deus, o perdoaria?
Ele tirara a vida do único filho do casal. Ele mesmo tinha duas filhas. Será que Deus não reclamaria a vida de uma delas como compensação?
Ele sempre acreditara num Deus amoroso e paternal, mas agora verdadeiro pavor o dominava.
Redobrou cuidados com as meninas e vivia em sobressaltos.
Em um certo final de semana, ele viu uma das filhas vir correndo em direção à casa. Ela gritava. A voz era de pânico.
Pela mente do pai, como um raio, veio a ideia. Sua filha menor havia se afogado no rio próximo, onde as duas pescavam. Ele tinha certeza que ela se afogara.
Abriu a porta e saiu a correr em direção à água.
A pequena não estava dentro d’água, mas chorava. O anzol tinha penetrado de leve na pele abaixo da sobrancelha direita.
Com as mãos trêmulas, a voz quase soluçante, ele tranquilizou a filha. Com cuidado, tirou o anzol do pequeno ferimento. O olho não fora atingido.
Com o anzol na mão ele riu. Riu alto. De alívio. A máscara da dor que carregava há meses rompeu-se, afinal.
Tomou as duas filhas pela mão e voltou para casa.
Nesse dia começou a recuperação daquele homem. Ele, literalmente, recebera o recado de Deus.
Deus jamais lhe exigiria o sacrifício de um dos seus afetos pelo acidente que provocara de forma involuntária.
Conseguiu perdoar a si mesmo. Voltou aos caminhos da oração e da tranquilidade.
Alguns meses depois, em pleno coração da natureza, sua voz poderosa cantava uma canção de puro amor a Deus.
* * *
Deus é amor, ensinou o Evangelista João.
Deus é Pai, ensinou Jesus, o Mestre.
Dele não podemos esperar nada além do que signifique bondade e justiça.
Por conhecer a nossa intimidade espiritual, Ele perdoa sempre e nos renova as oportunidades de refazer o caminho.
E a maior expressão do perdão de Deus se chama reencarnação.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Além do nosso controle, da revista Seleções Reader’s Digest, de novembro de 1999.
Em 06.07.2011.

sábado, 12 de novembro de 2011

> Sou
>
>
>
> Visitante em meu próprio lar
>
> Viajante buscando estar
>
> Habitante de um só lugar
>
> Sou de Deus, de adeus e voltar...
>
>
>
> Nada tenho além do que sou
>
> Nada levo além do que sou
>
> Sou de Deus, de adeus e voltar...
>
>
>
> Cintilante... O céu a sonhar
>
> Flamejante... Tal chama a voar
>
> Importante... O fim que terá
>
> Sou de Deus, de adeus e voltar...
>
>
>
> Nada tenho além do que sou
>
> Nada levo além do que sou
>
> Sou de Deus, de adeus e voltar
>
> Sou partida, trilha e chegar.
>
>
>
> Somos todos visitantes em nossos próprios lares da Terra.
>
> Como Espíritos que somos, seres inteligentes da Criação, habitamos o espaço. E desse espaço nos apartamos momentaneamente, vestindo corpos carnais, no que conhecemos como encarnação.
>
> A ação de entrar na carne é necessária para nosso crescimento espiritual.
>
> Tal vinculação mais intensa com a matéria nos proporciona experiências únicas, vivências fundamentais para o desenvolvimento das virtudes e combate às imperfeições.
>
> Somos viajantes, sim, pois ao longo de nossa evolução habitamos muitos corpos em muitos mundos, conforme a necessidadede cada um de nós.
>
> Em cada vida chegamos com nossa bagagem moral e intelectual, nossas virtudes conquistadas e nosso conhecimento a respeito das coisas.
>
> Cada vez que partimos é só isso que também levamos conosco. Nada além dos tesouros da alma. Tudo que não é da alma, fica.
>
> A matéria, o corpo, as coisas... Tudo é instrumento, e não finalidade.
>
> O instrumento precisa ser bem cuidado, bem administrado, pois que é o lavrador sem sua enxada e seus braços?
>
> Mas o trabalhador do campo sabe muito bem que seu verdadeiro objetivo é a colheita. É ela que o sustenta e provê alimento para sua família.
>
> Somos de Deus, criaturas perfectíveis, geradas por essa inteligência suprema, de máxima bondade, que chamamos Pai.
>
> Esse Pai Maior deseja nossa felicidade e nos dá todos os meios necessários para alcançá-la.
>
> Somos de adeus, pois a vida é um ir e vir constante. Muitos de nós já aprendemos, inclusive, a trocar este adeus por até breve.
>
> Não perdemos ninguém pois, em primeiro lugar, ninguém nos pertence de fato e em segundo, porque aqueles que amamos, assim como nós mesmos, são imortais.
>
> Não possuímos uns aos outros. O apego excessivo é causa de dor.
>
> Somos de voltar, pois sempre recebemos novas chances. A reencarnação é uma realidade daqual não podemos nos esquivar, acreditando nela ou não.
>
> * * *
>
> Nada tenho além do que sou
>
> Nada levo além do que sou
>
> Sou de Deus, de adeus e voltar
>
> Sou partida, trilha e chegar.
>
>
>
>
>
> Redação do Momento Espírita, com base no poema Sou, do livro No castelo do Espírito, de
> Andrey Cechelero, ed. Immortality.
> Em 11.11.2011.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Se você é...

Se você é um vencedor,
terá alguns falsos amigos
e alguns amigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.

Se você é honesto e franco,
as pessoas podem enganá-lo.
Seja honesto e franco assim mesmo.

O que você levou anos para construir,
alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.

Se você tem paz e é feliz,
as pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo.

Dê ao mundo o melhor de você,
mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.

Veja você que, no final de tudo
Será você ... e Deus.

E não você ... e as pessoas!

((Madre Tereza de Calcutá))