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Se... Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria acesso ao sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora... Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável: Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída." Mahatma Gandhi

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ver e Ouvir

A visão e a audição devem ser educadas, tanto quanto as palavras e as maneiras.

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Em visita ao lar de alguém, aprendamos a agradecer o carinho do acolhimento sem nos determos em possíveis desarranjos do ambiente.

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Se ouvimos alguma frase imperfeitamente burilada na voz da pessoa amiga, apreciemos a intenção e o sentimento, na elevação em que se articula, sem anotar-lhe o desalinho gramatical.

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Veja com bondade e ouça com lógica.

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Saibamos ver os quadros que nos cercam, sejam eles quais forem, sem sombra de malícia a tisnar-nos o pensamento.

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Registrando anedotas inconvenientes, em torno de acontecimentos e pessoas, tenhamos suficiente coragem de acomodá-las no arquivo do silêncio.

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Toda impressão negativa ou maldosa que se transmite aos amigos, em forma de confidência, é o mesmo que propinar-lhes veneno através dos ouvidos.

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Em qualquer circunstância, é preciso não esquecer que podemos ver e ouvir para compreender e auxiliar.


XAVIER, Francisco Cândido. Sinal Verde. Pelo Espírito André Luiz. CEC.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Caridade, Doce Irmã

- Por que choras, meu anjinho,
esfarrapado e sozinho,
vagando de déu em déu?

- Choro de dor e saudade,
Pois sou filho da orfandade...
Minha mãe foi para o Céu.

- Que tens?
- Sinto frio e fome,
A angústia que me consome
Parece nunca ter fim...
A Ventura me escorraça,
O Orgulho olha-me e passa
Sem compaixão para mim!

Minha mãe já não existe
E, desde o momento triste
Em que o Senhor ma levou,
Não tenho a mão de um amigo;
Pequeno e pobre mendigo -
Eis agora o que hoje sou.

- Vem comigo!
- Oh! Quem me dera!...
- Vem! Terás a primavera
De doce e eterna manhã!...
- Teu nome? Sonho ou verdade?
- Eu me chamo Caridade.
- Quem és tu?
- Sou tua irmã.


XAVIER, Francisco Cândido. Jardim de Infância. Pelo Espírito João de Deus.
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segunda-feira, 16 de abril de 2012

A Árvore da Vida




Esta noite, eu tive um sonho diferente, sonhei que estava em um grande bosque e caminhava por uma pradaria verde sem fim. Cada passo que eu dava encontrava uma árvore enorme com um retrato de uma pessoa que já havia passado pela minha vida .

No início, foi difícil lembrar de alguns rostos. Eram pessoas que haviam participado da minha infância e eu não tinha notícias há muitos anos, mas como num velho filme, as imagens iam passando diante dos meus olhos conforme eu me aproximava de cada árvore.

Fui percebendo que conforme eu avançava, as pessoas iam mudando de acordo com a minha idade, era realmente uma "exposição do meu passado", onde cada árvore representava uma etapa da minha vida. Confesso que foi delicioso recordar a emoção do meu primeiro amor, naquela árvore onde havia a foto da minha primeira namorada, lembrei-me da inocência e da pureza daquele amor que eu tremi tanto para conquistar.

Fui andando, quase que empurrado por mão invisível, e percebi que já estava ficando adulto. As árvores já não eram tão verdes, o tempo já não era tão ensolarado, mas, mesmo assim tive prazer de relembrar alguns bons momentos como as formaturas, os amigos do Colégio, professores, a faculdade, o casamento...

Na árvore do primeiro filho, eu chorei de emoção, recordando á alegria de trazer a vida. Mas, na próxima fileira de árvores li a inscrição: "aqueles que partiram", e uma atrás da outra, trazia retratos dos meus entes queridos que faleceram e deixaram um buraco enorme na minha vida. Amigos, amigas, pais, tios, avós, uma recordação ligeira de cada um, um toque no mais profundo sentimento da minha alma, que me arrancou lágrimas emocionadas.

Logo depois, deparei-me com um charco horroroso, meus pés afundavam em lama fétida e barrenta, ali, só haviam árvores secas, e para minha surpresa, retratos das pessoas que eu tinha ferido ou magoado por algum motivo. Retratos que eu não tinha coragem de encarar os olhos. Alguns, eram pessoas que haviam me ferido profundamente. Pessoas que me enganaram, e no meu entendimento, haviam me traído. Nem raiva, nem ódio, nem nada, só vergonha eu sentia.

Como reparar essas árvores? Como fazê-las renascer? Como acabar com aquelas mágoas? Para aquelas que eu julgava que me fizeram mal, eu poderia perdoá-las ali mesmo de todo o meu coração, mas e aquelas que me queriam mal?

A resposta estava logo abaixo de cada retrato:
"Aqui está uma árvore seca na sua história, para fazê-lá renascer é preciso o adubo do perdão, a vitamina do amor, a energia da alegria, o sol da sinceridade, o húmus da misericórdia. Portanto, dobre os joelhos e ore pedindo ao "Criador de Tudo" para trazer nova vida a essa árvore."

Entendi então que para florescer a árvore da vida precisamos retirar os galhos podres da nossa visão mesquinha e fazer amigos por onde passarmos. Se alguém ficar magoado com nossas atitudes, ou nos magoarmos com quer que seja, o perdão é a única solução, e para aprender a perdoar, a oração é o caminho seguro que conduz a vida eterna.

Caminhe em paz neste dia, por entre as árvores da sua vida. Que ela seja abençoada e cheia de frutos.
Minuto Poético

domingo, 8 de abril de 2012

A Mágoa

À semelhança de ácido que corrói a superfície na qual se encontra, a mágoa desgasta, a pouco e pouco, as peças delicadas das engrenagens orgânicas do homem, destrambelhando-lhe os equipamentos muito delicados da organização psíquica.

A mágoa é conselheira impiedosa e artesã de males cujos efeitos são imprevisíveis.

Penetra no âmago do ser e envenena-o, impedindo-lhe o recebimento dos socorros do otimismo, da esperança e da boa vontade em relação aos fatores que o maceram.

Instalando-se, arma a sua vítima de impiedade e rancor, levando-a a atitudes desesperadas, desde que lhe satisfaça a programação vil.

Exala amargura e desconforto, expulsando as pessoas que intentam contribuir para a mudança de estado, graças às altas cargas vibratórias negativas, que exteriorizam mau humor e azedume.

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Quem acumula mágoas, coleciona lixo mental.

Reage às tentativas de alojamento da mágoa nos teus sentimentos.

Não estás, no mundo, por acaso, antes, com finalidades adredemente estabelecidas que deves atender.

Acompanha a marcha do Sol, e enriquece-te de luz, não mergulhando na sombra dos ressentimentos destrutivos.

Sorri ante o infortúnio, agradecendo a oportunidade de superá-lo através dos valores éticos e educativos que já possuis, poupando-te à consumpção de que é portadora a mágoa.



FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 22.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O Vagabundo

Ei-lo que passa na estrada,
De roupinha esfarrapada,
Sem mãos amigas de alguém.
Pobrezinho!... é vagabundo,
Vagueia por este mundo.
Sem ninguém.


Às vezes, tem sede e fome,
Na miséria que o consome,
De pés e bracinhos nus...
Tão tenro e de alma sombria!
Sem amor, sem alegria
E sem luz.


Mete pena vê-lo à solta
De cabeleira revolta,
Tal a penúria em que vai;
Sua alma geme e padece,
Não teve mãe que o quisesse
E nem pai.


Tenhamos piedade ao vê-lo.
Quem não pede auxílio e zelo
Num bocadito de amor?!...
Como punge, no caminho,
Tanta falta de carinho,
Tanta dor...


Lembremos, em nossa vida,
Que essa criança ferida,
Como nós, tem coração;
Que esse pequeno mendigo
Seja agora nosso amigo,
Nosso irmão.



XAVIER, Francisco Cândido. Jardim de Infância. Pelo Espírito João de Deus. FEB.