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Se... Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria acesso ao sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora... Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável: Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída." Mahatma Gandhi

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Que vêem amigas?
Que vêem ?
Que pensam quando me olham?
Uma velha rabugenta não muito inteligente
de hábitos incertos, com seus olhos sonhadores fixos ao longe?
A velha que cospe comida que não responde ao tentar ser convencida de fazer um pequeno esforço?
A velha que vocês acreditam que não se dá conta das coisas que vocês fazem e que continuamente
perde a sua escova de dentes ou o sapato ?
A velha que contra sua vontade, mas humildemente, lhes permite fazer o que queiram, banhando-a ou alimentando-a só para o dia passar mais depressa?
É isso que vocês acham?
É isso que vocês vêem?

Se assim for abram os olhos amigas, porque isso que vocês vêem não sou eu.
Vou lhes dizer quem sou, enquanto estou sentada aqui, tão tranquila como me ordenaram.


Sou uma menina de 10 anos, que tem pai e mãe, irmãos e irmãs que se amam.
Sou uma jovenzinha de 16 anos, com asas nos pés e que sonha encontrar seu amado.
Sou uma noiva aos 20, com o coração saltando nas lembranças, quando fiz a promessa
que me uniu até o fim de meus dias com o AMOR de minha vida.
Sou ainda uma moça com 25 anos, que tem seus filhos
que ainda precisam serem guiados por mim.
Tenho um lugar seguro e feliz .
Sou a mulher com 30 anos, vendo os filhos crescerem rápido,
todos unidos com laços que deveriam durar para sempre.
Quando tenho 40 anos, meus filhos já cresceram
e não estão mais em casa, mas ao meu lado está meu marido
que me acalenta quando estou triste.
Aos cinquenta, mais uma vez comigo deixam os bebês, meus netos,
e de novo tenho a alegria das crianças, meus entes queridos junto a mim.
Aos 60 anos, sobre mim nuvens escuras aparecem,
meu marido está morto e quando olho meu futuro
me arrepio toda de terror.

Os meus filhos se foram, e agora tem os seus próprios filhos,
então penso em tudo o que aconteceu e no amor que conheci.
Agora sou uma velha.
Que cruel é a natureza….
A velhice é uma piada que transforma um ser humano em um alienado.
O corpo murcha, os atrativos e a força desaparecem e,
ali, onde uma vez teve um coração agora há uma pedra.
No entanto, nestas ruínas, a menina de 16 anos ainda está viva.
e o coração cansado ainda está repleto de sentimentos vivos e conhecidos.
Recordo os dias felizes e tristes e
em meus pensamentos volto a amar e a viver o meu passado.
Penso em todos esses anos que foram poucos mas que passaram muito rápido
e aceito o inevitável, que nada pode durar para sempre. Por isso, abram seus olhos e vejam que
diante de vocês não está uma velha mal-humorada
Diante de vocês estou apenas “EU”
Uma menina, mulher e senhora VIVA e com todos os sentimentos e histórias de uma vida plena.
Lembrem deste poema da próxima vez que se encontrar com uma pessoa idosa mal-humorada

e não a rejeitem, sem olhar primeiro a sua Alma Jovem.

Lembre-se que você vai estar um dia em seu lugar.

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